“Orgulho e Preconceito”: Clássico da literatura do século 19, hoje é defintivamente Pop

Sr. Darcy, Sr. Bingley e, sentada, a srta. Elizabeth Bennet. Ilustração (pena e nanquim matizada com aquarela) de Charles E. Brock para a edição de 1895 do romance “Orgulho e Preconceito” da escritora Jane Austen; Capítulo 3. A legenda na imagem diz: “Ela é tolerável, mas não bonita o suficiente para tentar-me!”.

A imagem acima mostra o Sr. Darcy conversando com seu amigo, o Sr. Bingley, durante o baile no qual os protagonistas principais do romance, o Sr. Darcy e a Srta. Elizabeth Bennet se encontram pela primeira vez. Elizabeth ouve o Sr. Darcy conversando com o Sr. Bingley sobre ela, dizendo, “Ela é tolerável, mas não bonita o suficiente para tentar-me!” Ele ainda diz que nunca dançaria com alguém como ela, que não conseguiu chamar a atenção de nenhum outro homem presente no salão de baile.

A cena é crucial no desenvolvimento de toda a trama do livro “Orgulho e Preconceito” e também estabelece a dinâmica romântica entre os dois protagonistas. A cena é a demonstração mais flagrante do orgulho, ou soberba, do Sr. Darcy, e revela o preconceito que Elizabeth Bennet desenvolve contra ele. Tais Primeiras Impressões— que foi título provisório do livro usado por Austen—que os personagens constroem um do outro provam-se imaturas e prematuras no decorrer do romance.

    Desde 1813 “Orgulho e Preconceito” da perspicaz escritora Jane Austen ainda encanta e cativa o público leitor. Essa obra atemporal é um bom exemplo de um produto pertencente ao círculo da alta cultura transformado em um produto de consumo de massa ao redor do mundo. Isso não se deu somente através da expansão da educação durante o século 20, mas também através das novas tecnologias e das várias adaptações da obra original para outras mídias, como a dramaturgia teatral e mais tarde, televisiva e cinematográfica levando a obra literária ao status de cultura pop. Tal redescoberta e acentuada difusão do romance de Jane Austen se intensifica a partir das duas últimas décadas do século passado.

Uma gravura de 1833 de Pickering & Greatbatch, de uma cena do capítulo 59 de Orgulho e Preconceito, mostra o Sr. Darcy e a Srta. Bennet. Elizabeth é retratada usando um vestido em voga na década de 1830: grandes mangas e saias grandes abaixo da cintura estreita com os ombros expostos. Essa vestimenta é bem diferente da silhueta da moda do período da conhecido como Império/Regência (1795–1820) usada durante a vida adulta de Jane Austen, ou seja, saias relativamente estreitas, cintura alta, e pequenas mangas bufantes nos ombros. (Imagem: Wikimedia Commons)


    Primeiro foi a ilustração dos personagens e suas características físicas, bem como os ambientes nos quais os mesmos circulam, que marca um importante momento da jornada que fez “Orgulho e Preconceito” se tornar um clássico popular. Na época de sua primeira publicação as técnicas de impressão e os custos financeiros faziam com que somente uma ou duas gravuras fizessem parte de um livro, geralmente como frontispício, ou seja, a primeira folha impressa de um livro que traz o nome do autor e o título. Com o desenvolvimento tecnológico, isso muda nos anos de 1890. Os livros puderam finalmente conter ilustrações retratando as situações e personagens de forma mais precisa. Isso tomou o imaginário público da mesma forma que o cinema e a televisão viriam a fazer mais tarde.

Cinthia García Soria aponta:
“Jane Austen fornece uma descrição física limitada de seus personagens e dos ambientes que os envolvem, e como Laura Carroll e John Wiltshire indicam no ensaio 'Jane Austen Illustrated' (2009: 68), esse fato tem dado aos ilustradores uma grande oportunidade para desenvolverem uma imagem do mundo que ela criou. Deste modo, logo após a morte da escritora, edições ilustradas de seu trabalho foram publicadas”.
O irlandês Hugh Thomson (1860—1920) gradiosamente ilustrou a suntuosa edição de “Orgulho e Preconceito” de 1894, conhecida como a Peacock Edition (edição pavão), com 160 gravuras para a editora George Allen. Cinthia García Soria explica que essa foi a primeira e melhor tentativa de retratar os personagens de Austen à maneira do início do século 19, em vez dos trajes e ambientes vitorianos feitas em ilustrações anteriores. Mas foi o ilustrador londrino Charles E. Brock (1870—1938) que tornou-se eternamente ligado ao livro de Jane Austen, cujo estilo assemelhava-se ao estilo de Thomson, e talvez por isso a editora Macmillan o tenha escolhido para ilustrar a nova edição do livro de 1895 com 40 figuras a pena e nanquim.

O Sr. Collins pede a mão de Elizabeth Bennet em casamento, ilustração de Hugh Thomson.
(Imagem: Wikimedia Commons)

 

O Sr. Collins pede a mão de Elizabeth Bennet em casamento, ilustração de C.E. Brock.
(Imagem: Wikimedia Commons)


A comparação do trabalho dos dois ilustradores para a mesma obra de Jane Austen foi constante, sendo que alguns estudiosos consideram as ilustrações de Charles mais sensíveis e delicadas, mais precisas nos detalhes, e bem mais descritivas da história contada no livro.

Em 1898, o editor J.M. Dent lançou uma nova edição de “Orgulho e Preconceito” com ilustrações pela primeira vez coloridas (matizadas com aquarelas) graças a inovações tecnológicas. Essa edição fez parte da série de 10 volumes contendo 6 obras de Jane Austen, ilustradas novamente por Charles E. Brock que dividiu o trabalho com seu irmão Henry M. Brock (1875—1960)—cada um ficou responsável por 3 títulos e, desta vez, coube a Henry ilustrar “Orgulho e Preconceito”. Mas, ainda segundo Cinthia García Soria, vale ressaltar que o site Wikimedia Commons credita a autoria da imagem aquarelada a Charles. Mais tarde, já no século 20, a edição de 1895 foi reimpressa várias vezes pela Macmillan, e as ilustrações de Charles E. Brock receberam cores, desta vez bem menos agradáveis.


    Do confinado circuito da elite alfabetizada e culta ao mercado de consumo cultural de massa, “Orgulho e Preconceito” neste percurso também teve o seu protagonista masculino, o famoso Sr. Darcy, elevado ao status de ícone pop—ele é considerado um dos maiores heróis românticos da literatura. Mas é a personagem feminina que serve como a voz da autora. Rachel Lerman vê paralelos entre a vida da personagem com a vida de Jane Austen, e sugere que Elizabeth é uma das protagonistas que mais servem como o alter ego da autora. Através de seus romances, Jane vocalizava as angústias e frustrações de várias outras mulheres de sua época.

Rebeca Fuks no “Livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen” nos informa sobre o tema social do romance:
“A história construída por Jane Austen tece uma forte crítica à sociedade da sua época, regida pelas ambições econômicas e por relações construídas a partir do interesse. (...) Os casamentos são vistos como meros acordos comerciais (…). Austen aborda e denuncia a lei do morgadio, isto é, a organização familiar baseada a partir da noção de uma linhagem. Nesse tipo de sociedade as propriedades eram inalienáveis e indivisíveis e eram transmitidas ao primogênito descendente varão. No caso da família Bennet, que protagoniza o romance, como se tratava de cinco meninas, não havia um filho varão que herdasse as propriedades. Ou seja, segundo as normas da época, apesar de haver descendência direta, os bens deveriam seguir para o parente mais próximo do sexo masculino. Na família Bennet, o patrimônio não seria herdado nem pela mulher nem pelas filhas, e sim por Mr. Collins, um primo. É a essa organização social que Austen dirige as suas maiores críticas”.


    “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen (1775—1817), foi finalizado em 1797, antes da escritora completar 21 anos. Mas o livro foi publicado pela primeira vez em 1813, e desde então têm dominado o imaginário de leitoras e leitores por mais de 200 anos. Talvez isso se deva a sua personagem feminina, dona de uma forte personalidade.

Dentro dos fortes limites sociais de gênero da época, Elizabeth representa um protótipo feminista. A personagem não é o típico retrato da mulher frágil, passiva e submissa. Ela não tentar esconder sua inteligência; a Srta. Bennet vocaliza suas opiniões, ideias, sentimentos e frustrações sobre a posição feminina na sociedade. Ao mesmo tempo em que sua personalidade brilha e encanta todos ao seu redor, a sua inteligência, astúcia e visão do mundo assustam e confrontam o rico e esnobe Fitzwilliam Darcy, as mesmas qualidades que por final também o conquistam e o transformam. Um conto de amor pouco convencional onde Elizabeth também aprende a não se agarrar tão forte às suas primeiras impressões sobre as pessoas. Deste modo, ambos os personagens melhoraram a personalidade um do outro.
 

Orgulho e Preconceito e Teatro

“Pride and Prejudice: A Sentimental Comedy in Three Acts” (Orgulho e Preconceito: Uma Comédia Sentimental em Três Atos) foi a primeira adaptação teatral do romance criada por Helen Jerome. A produção teve sua aclamada estreia no Plymouth Theater na Broadway, New York, em 5 de novembro de 1935, e depois foi levada ao palco do St. James's Theatre, Londres, em 1936. A peça foi estrelada Celia Johnson e Hugh Williams nos papeis principais.

Ilustração de Rex Whistler para a capa do programa da peça “Pride & Prejudice” no St. James Theatre, Londres (1936).
(Imagem: Reprodução/Internet)

Em 1959, a versão musical da Broadway “First Impressions” (Primeiras Impressões) foi levada ao palco do Alvin Theater, New York, estrelando Polly Bergen e Farley Granger como Elizabeth e Sr. Darcy, e a excêntrica atriz Hermione Gingold como Sra. Bennet. O livreto foi escrito por Abe Burrows; músicas e letras compostas por Glenn Paxton, George Weiss, Robert Goldman.

Capa do programa de “First Impressions”; Abril de 1959.
(Imagem: Reprodução/Internet; 
Playbill)

O disco do musical “Pride and Prejudice”, versão musical de Bernard J. Taylor do livro, com Peter Karrie no papel de Sr. Darcy e Claire Moore no papel de Elizabeth Bennet, foi gravado em 1995.

Em 2008, mais um musical foi produzido, “Jane Austen's Pride and Prejudice, The New Musical” (Orgulho e Preconceito de Jane Austen, O Novo Musical). A produção foi apresentada em concerto em 21 de outubro em Rochester, New York, com Colin Donnell como Sr. Darcy. O diálogos, música e letras são de autoria de Lindsay Warren Baker e de Amanda Jacobs. A produção se distingue das outras pela “introdução da venerada autora Jane Austen na trama”, escreveu Dayna Papaleo em sua crítica da produção.

O TheatreWorks apresentou em 2019 o musical “Pride and Prejudice”. O dramaturgo Paul Gordon escreveu (livreto, músicas e letras) e o fundador e diretor artístico da Companhia, Robert Kelley dirigiu a produção. A atriz Mary Mattison interpretou Elizabeth Bennett e Justin Mortelliti interpretou Mr. Darcy. Sam Hurwitt, em sua crítica para o Mercury News escreveu: “Para uma adaptação musical, esta é agradavelmente fiel ao material original, e as músicas não atrapalham, mas também não adicionam muito”. A produção esteve disponível para aluguel e compra no site Streaming Musical.

Orgulho e Preconceito e Cinema:

Em 1940, dirigido por Robert Z. Leonard, o filme Pride and Prejudice" (Orgulho, ou Orgulho e Preconceito) da MGM, foi estrelado por Greer Garson e pelo lendário Laurence Olivier (1907—1989). O roteiro do filme utiliza a adaptação teatral feita por Helen Jerome para a produção de 1936. O filme não segue fielmente o livro (como o uso dos trajes vitorianos, por exemplo), e mesmo tendo agradado o público, muitos consideraram o filme extremamente hollywoodizado.

Laurence Olivier e Greer Garson na primeira versão cinematográfica de “Orgulho e Preconceito” (1940) (Imagem: Captura de tela do trailer do filme/MGM Studios).

Em 2003, uma adaptação de baixo orçamento do romance para os dias atuais, dirigida por Andrew Black com o titulo “Pride & Prejudice: A Latter-Day Comedy” (Orgulho e Preconceito: Uma Comédia Moderna) foi lançada com Kam Heskin como Elizabeth, e Orlando Seale na pele do Sr. Darcy.

O romance recebeu uma boa e divertida versão de Bollywood, a indústria indiana de cinema, com o filme “Bride & Prejudice” (Noiva e Preconceito) de 2004. Dirigido por Gurinder Chadha, o filme foi estrelado pela atriz Aishwarya Rai Bachchan e pelo ator Martin Henderson nos papeis principais.

Foi em 2005 que o romance recebeu sua segunda grande e digna produção pela Focus Features e Universal Pictures, “Pride & Prejudice” (Orgulho e Preconceito). Filmado inteiramente em locações na Inglaterra, o excelente filme foi dirigido por Joe Wright, tendo Keira Knightley e Matthew Macfadyen nos papéis principais. A atriz Keira Knightley foi indicada ao Oscar por sua interpretação de Elizabeth Bennet. Bem recebida pelo público e crítica, a produção é considerada bem superior a versão de 1940.

Poster do filme “Orgulho e Preconceito” (2005).
(Imagem: Focus Features)

Mesmo não sendo uma adaptação, vale mencionar a comédia romântica Austenland(2013), que tem a atriz Keri Russel no papel de uma mulher obcecada com o romance “Orgulho e Preconceito” e pelo específico Sr. Darcy vivido por Colin Firth na minissérie da BBC de 1995. Ela viaja e se hospeda em um parque temático de Jane Austen em busca do seu “Mr. Darcy”.

Poster do filme “Austenland” de 2013.
(Imagem: Wikimedia Commons)

Já em 2016, o livro adaptação paródia do romance de Jane Austen escrito por Seth Grahame-Smith e lançado em 2009, que inclui zumbis no enredo, é levado às telonas. “Pride and Prejudice and Zombies” (Orgulho e Preconceito e Zumbis) foi estrelado pela atriz Lily James.
 

Orgulho e Preconceito e Televisão

A primeira adaptação para a TV somente foi realizada em 1980, na minissérie Pride and Prejudice da BBC, estrelado por Elizabeth Garvie e por David Rintoul.

Também produzida pela britânica BBC em parceria com a estadunidense A&E Network, a minissérie Pride and Prejudice de 1995, foi estrelada por Jennifer Ehle e Colin Firth. Aclamada pela crítica e pelo público a versão recebeu uma série de prêmios. A Elizabeth Bennet da atriz Jennifer Ehle é considerada a definitiva interpretação da personagem na tela, mas foi o Sr. Darcy de Colin Firth que também se tornou o definitivo Sr. Darcy assim como o artista mais associado ao romance de Jane Austen, principalmente sua imagem de camisa branca molhada emergindo do lago. Ross McG em seu artigo de 2015 sobre os 20 anos da produção, atribui ao ator o grande sucesso da minissérie junto ao público feminino.

 


Interessantemente, Colin Firth, seis anos mais tarde, interpretaria o personagem Mark Fitzwilliam Darcy na comédia romântica “O Diário de Bridget Jones” (2001), baseado no livro de Helen Fielding de 1996. Helen Fielding faz uma posmodernização do personagem de Jane Austen deixando claro seu amor pela minissérie de 1995 e pela obra de Jane Austen que a inspira e que ela vagamente utiliza em seu livro.

Lost in Austen, minissérie de 2008 da rede britânica ITV, cria uma fantasia na qual Amanda, uma ardente fã de Jane Austen que vive em Londres dos dias atuais, encontra e atravessa uma pequena porta em seu apartamento fazendo com que ela troque de lugar com Elizabeth Bennet.

Em 2012, a web série estadunidense The Lizzie Bennet Diaries, comédia adaptada do clássico romance em formato de 'vlogue' criada por Hank Green e Bernie Su. A websérie teve Ashley Clements, Mary Kate Wiles, Laura Spencer, e Julia Chon no elenco. Esta foi a primeira releitura modernizada com base na Internet do romance. Os episódios duram de dois a cinco minutos e são apresentados em formato vídeo blogue.

Death Comes to Pemberley, minissérie em 3 episódios da BBC de 2013. Baseada no livro homônimo da autora P.D. James, a produção foi estrelado por Matthew Rhys como Sr. Darcy, e Anna Maxwell Martin como Elizabeth Darcy. A trama se passa em Pemberley, a mansão do casal Elizabeth e Fitzwilliam Darcy que, após seis anos casados, são pegos de surpresa quando um assassinato suspende os preparativos do baile anual do casal. A série foi muito bem aceita pelo público—inclusive nós aqui do blógue curtimos bastante.

Orgulho e Paixão” de 2018 foi uma versão televisiva brasileira da Rede Globo, e foi estrelada por Nathalia Dill e Thiago Lacerda.

Adaptações, Continuações e Variações Literárias.

O romance de Jane Austen também inspirou vários outros livros. A lista das várias continuações, 'variações' e de adaptações do romance é bastante vasta. Os títulos abaixo dão uma ideia da ausência de limites imaginativos por parte dos fãs—profissionais e amadores—deste clássico da Jane:

Mr. Darcy's Daughters” (As Filhas do Sr. Darcy, em tradução livre) (2003) e “The Exploits and Adventures of Miss Alethea Darcy” (As Façanhas e Aventuras da Srta. Alethea Darcy, em tradução livre) (2005), ambos da autora Elizabeth Aston;

Pemberley: Or Pride and Prejudice Continued” (Pemberley: Ou a Continuação de Orgulho e Preconceito, em tradução livre) (1993) e “An Unequal Marriage: Or Pride and Prejudice Twenty Years Later” (Um casamento desigual: Ou Orgulho e Preconceito Vinte Anos Depois, em tradução livre) (1994) escrito por Emma Tennant;

Precipitation - A Continuation of Miss Jane Austen's Pride and Prejudice” (2011) (Precipitação – Uma Continuação de Orgulho e Preconceito da Srta. Jane Austen, em tradução livre) de Helen Baker;

Pemberley Remembered” (Recordações de Pemberley, em tradução livre) (2007) de Mary Simonsen;

Mr. Darcy Takes a Wife” (O Sr. Darcy se Casa, em tradução livre) (2004) de Linda Berdoll;

O já citado “Pride and Prejudice and Zombies” (Orgulho e Preconceito e Zumbis) (2010) de Seth Grahame-Smith;

The Other Side of Pride and Prejudice” (O outro lado de Orgulho e Preconceito) (1998), de Leareth;

O já mencionado drama-suspense-crime “Death Comes to Pemberley” (Morte Em Pemberley, em tradução livre) (2011) de P.D. James, adaptado como minissérie para a BBC;

E, “The Other Bennet Sister” (A Outra Irmã Bennet) (2020) de autoria de Janice Hadlow, um romance que se centra em Mary, a irmã simples, devoradora de livros e séria de Elizabeth.


Traduções no Brasil

No Brasil, “Orgulho e Preconceito” foi lançado pela 1ª vez em língua portuguesa somente em 1940, com a tradução feita por Lúcio Cardoso para a Livraria José Olympio Editora—o livro foi lançado juntamente com a estreia da primeira versão cinematográfica de 1940 no Brasil.

Outras traduções foram feitas desde então. Por exemplo, nos anos de 1960, a editora Bruguera publicou “Orgulho e Preconceito” com a tradução de Lúcio Costa para a Coleção “Livro Amigo”. A tradução de Lúcio Costa também foi usada na Coleção “Grades Sucessos” da Abril Cultural de 1982; na edição do Círculo do Livro de 1987; na edição da Ediouro da Coleção “Biblioteca Folha” de 1998; na edição da Civilização Brasileira de 2006; e novamente pela Editora Abril na coleção “Clássicos Abril” de 2010. Paulo Mendes Campos traduziu e adaptou o livro em 1970 para “Coleção Calouro” da Tecnoprint Gráfica, tadução também usada pela Editora Singular em 2009. A primeira edição bilíngue da obra foi lançada Editora Landmark em 2008, com tradução de Marcella Furtado. A tradução de Celina Portocarrero para a coleção L&PM Pocket da Editora L&PM, foi lançada em 2010. E, em 2011, a Companhia das Letras/Penguin lançou o livro com a tradução de Alexandre Barbosa de Souza.

Em 2013, o blógue de Alfredo Monte, fez uma comparação de várias destas traduções e, em resposta a um comentário, ele diz: “Lúcio Cardoso e Celina Portocarrero fizeram as melhores versões até agora”. Outra interessante análise das traduções de “Orgulho e Preconceito” em português foi publicada em 2010 no blógue Não Gosto de Plágio. O vídeo publicado em agosto de 2020 no canal do Youtube da Jane Austen Sociedade do Brasil também discute as traduções de “Orgulho e Preconceito” com a Mestre em Letras Aline Benato Soares.
 

        A maior conquista desta obra específica de Jane Austen seria o grande fascínio que a mesma ainda consegue manter sobre seus leitores que, quase automaticamente, se transformam em fãs do livro, dos personagens icônicos e da graciosa sagacidade de sua autora. Graças aos avanços tecnológicos, “Orgulho e preconceito” é hoje altamente acessível e é uma divertida e inteligente narrativa cultural e social sobre cortejo, romance, amor, economia e casamento. Mas sobretudo, o romance reflete sobre a construção sociocultural do 'feminino' lidando com os privilégios da 'masculinidade', um tema relevante até hoje.

c&p

Se você curte Jane Austen, talvez você queira conhecer o site Jane Austen Sociedade do Brasil e o site Jane Austen em Português.


Referências:

Wikipedia

“Alta Cultura: Origem, Características e Exemplos”. Maestro Virtuale.

Rachel Lerman, “The Sense and Sensibility of Jane Austen” (A Razão e Sensibilidade de Jane Austen); 2000. Jane Austen Society of North America.

Rebeca Fuks em “Livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen”.

Mary Louise Kelly, NPR, “Elizabeth's More Serious Sister Mary Takes The Spotlight In 'The Other Bennet Sister”.

Cinthia García Soria, “Austen Illustrators Henry and Charles Brock”. 2012. Molland's Circulating Library.
 
First Impressions. Playbill.

Laurel Ann Nattress, Austenprose – A Jane Austen Blog. “Pride and Prejudice: A Sentimental Comedy in Three Acts”; Dezembro de 2007. Austenprose – A Jane Austen Blog. <https://austenprose.com/2007/12/01/pride-and-prejudice-a-sentimental-comedy-in-three-acts/ >
 
Ross McG. “Pride and Prejudice is 20: Here’s 10 reasons why mortal men will never match up to Colin Firth’s Mr Darcy” (Orgulho e Preconceito Completa 20 anos: Aqui estão as 10 razões porque homens mortais nunca irão se igualar ao Sr. Darcy de Colin Firth); Maio de 2015. Metro UK.






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