“Singham” (2011), Entretenimento Absurdamente Satisfatório


O ator Ajay Devgn em uma cena bárbara do filme ação “Singham” (2011).

O filme indiano “Singham” (2011) não é um exemplo de cinema arte. Não, não é. Claramente, este nem mesmo foi o objetivo de seus produtores e de seu diretor. Porém, o filme é uma prova que o cinema vai além do cinema arte para apenas ser uma obra de arte aos olhos do público para o qual ele foi produzido.

Certamente, o cinema pode apenas tentar ser um canal de fantasias com as quais o público possa se identificar. E em se tratando de filmes de ação, em geral, queremos ver saltos, explosões, um herói, romance, um pouco de humor e muita, mas muita porrada comendo solta—de preferência vindas do 'mocinho'. Com “Singham” temos tudo isso. E a marca registrada do policial Bajirao Singham é o tapão que ele desfere na cara dos corruptos.

A crítica de cinema Nikhat Kazmi (que escreveu para o jornal The Times of India desde 1987 até sua morte causada por um câncer de mama em 2012), em julho de 2011 deu ao filme 4 de 5 estrelas. Em sua crítica, ela escreveu:
“Singham é um retrô kitsch exagerado com dublês esbanjando manobras de alta voltagem, cenas de ação em câmera lenta e com diálogos flamejantes proferidos em altos decibéis. Foi produzido para todos aqueles fãs do gênero de ação interessados em viajar no tempo de volta aos jovens e furiosos anos 70 e 80 quando o cinema era épico e totalmente fora da realidade. Mas atualmente o retrô é chique, não é?”

“Singham”, que significa 'leão', é uma trama sobre a luta entre bem e o mal; honestidade versus corrupção. Entre cenas de ação absurdamente inacreditáveis, uma trilha sonora intensa e épica, números de dança e humor, o filme é simples e eficaz.

Durante essa era tão dura, difícil e virulenta da pandemia, “Singham” serviu para nós aqui do blógue, como um momentâneo refúgio seguro. Um herói que combate a corrupção e que trata os políticos e policiais corruptos como se trata—ou melhor, como se tratava até os anos de 70 e 80, digamos—um garotão perverso e mal criado, é algo fora do normal. Através de Singham vive-se o sonho de meter o pau nos corruptos assassinos, algo não tão tangível na realidade objetiva.

A trama se passa na pequena vila de Shivgarh onde Jaikant, um político e chefe do crime (vivido pelo ator Prakash Raj), é publicamente humilhado por um policial absolutamente honesto: Bajirao Singham, nosso herói interpretado pelo ator Ajay Devgn. Buscando vingança contra Singham, que o fez parecer ridículo e fraco, Jaikant faz com que o honesto policial seja transferido de sua pequena vila para o posto policial em Colva, uma cidade em Goa, cidade que Jaikant controla e mantém um esquema de corrupção. A cidade acaba se tornando palco de uma revolução anti-corrupção liderada por Singham.

“Singham” de 2011 é a versão hindi do filme “Singam” (2010) produzido na língua tâmil e escrito e dirigido por Hari. O filme de Hari obteve um sucesso enorme levando-o a duas sequências, e fazendo com que mais três outras versões do filme fossem também produzidas em outras línguas da Índia, como: “Kempe Gowda” (2011) em canarês; “Shotru” (2011) em bengali; e “Singham” (2019) para o público da língua punjabi.

O filme teve uma sequência, “O Retorno de Singham” em 2014. E Singham deixou um pequeno legado. Em abril de 2018, a série de desenho animado “Little Singham” (O pequeno Singham) estreou no Discovery Kids da Índia, apresentando a vida de Bajirao Singham quando menino. Na serie de animação, para salvar sua cidade, o herói mirim enfrenta perigosos criminosos, monstros e mutantes. Ainda, junto a vários filmes de ação indianos, “Singham” (2011) também recebeu uma homenagem no vídeo da música “Action” do grupo Black Eyed Peas de 2020.

O ator, diretor e produtor Ajay Devgn (1969—) é considerado um dos mais populares e influentes atores do cinema hindi, tendo atuado em mais de cem filmes, recebendo vários prêmios por seu trabalho no cinema, incluindo o Padma Shri, a quarta maior honraria civil conferida pelo governo.


c&p


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