Butera bwa Nturo—O Ícone da Arte do Intore, e de Ruanda


Uma das cenas mais memoráveis do filme de aventura ambientado na África, “King Solomon's Mines” (As Minas do Rei Salomão) de 1950, e disponível no Youtube, nos fez iniciar uma busca 'internética' sobre quem foi o dançarino principal de uma das mais marcantes cenas daquela película cinematográfica.


Quem assistir o filme “As Minas do Rei Salomão” de 1950, certamente ficará deslumbrado com a cena na qual os guerreiros-dançarinos se apresentam, principalmente com o bem alto e principal dançarino. Após assistirmos a cena no Youtube, fomos aos comentários e lá vimos indicações de que o cativante dançarino da famosa cena foi um famoso membro da dinastia Tutsi, chamado Butera bwa Nturo. Ainda mais curiosos, procuramos saber mais sobre Butera e sobre a arte e a cultura que ele representa com aquela majestosa dança. 

O filme “As Minas do Rei Salomão” foi feito durante o reinado de Mutara Rudahigwa—que iniciou em 1931 e terminou com sua morte em 1959, e Ruanda ainda se encontrava sob o domínio colonial da Bélgica. A aventura tecnicolor do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer, dirigida por Compton Bennett e Andrew Marton, foi o filme de maior sucesso do estúdio daquele ano recebendo o Oscar de melhor cinematografia e o Oscar de melhor montagem em 1951.


 
 Dançarinos-Guerreiros em uma apresentação de Intore em uma das cenas mais memoráveis do filme “As Minas do Rei Salomão” (1950), estrelado pela escocesa Deborah Kerr e o inglês Stewart Granger. 


A aventura narra a estória de um guia e caçador experiente, Allan Quatermain (interpretado por Stewart Granger), que relutantemente concorda em ajudar Elizabeth Curtis (Deborah Kerr)—e seu irmão John Goode (Richard Carlson)—a encontrar seu marido que desapareceu no inexplorado interior do continente africano em busca do famoso tesouro do Rei Salomão. Com uma cópia do mapa usado pelo marido de Elizabeth, eles embarcam na aventura acompanhados por um alto e misterioso “nativo” chamado Umbopa, interpretado por Siriaque. 

Siriaque foi um de três membros do elenco creditados no filme e verdadeiramente africanos. Siriaque era um membro dos Watusis, ou seja, um Tutsi; Kimursi do povo Quipsigui do Quênia, que no filme interpreta Khiva, o leal escudeiro de Allan Quatermain; e Baziga no papel de King Twala. Tudo indica que este tenha sido o único filme em que essas três figuras tenham participado já que nenhuma outra menção deles em outras produções foi encontrada no site IMDb (International Movie Database, ou banco de dados internacional de filmes). 


Deborah Kerr, Stewart Granger, Richard Carlson, e Siriaque em cena do filme “As Minas do Rei Salomão” (1950). 


As filmagens ocorreram nas Cataratas de Murchison em Uganda (também conhecidas como as Cataratas de Kabalega ou Kabarega); na cidade de Astrida, “a terra dos gigantes Watusis” (cidade que desde a independência chama-se Butare) em Ruanda; em Volcano Country e Stanleyville no Congo Belga (hoje, República Democrática do Congo); Tanganyika (atual República Unida da Tanzânia); em Rumuruti e Machakos na República do Quênia.


Poster do filme “As Minas do Rei Salomão” de 1950.


Esta foi a segunda de cinco adaptações cinematográficas do romance de aventura homônimo de Sir H. Rider Haggard (1856—1925). O livro publicado em 1885, foi a primeira obra inglesa de aventura ambientada na África. O roteiro adaptado para versão cinematográfica de 1950 foi escrito por Helen Deutsch e introduziu a personagem principal feminina interpretada pela famosa atriz escocesa Deborah Karr.

No site IMDb há a informação de que o filme marcou a primeira vez em que a “tribo Watusi permitiu que fosse filmada”. Certamente esta referência diz respeito a famosa cena com Butera apresentando o Intore.

Como algumas outras danças, o Intore ('ntore', que significa “guerreiro”) está relacionado à luta.


O adereço na cabeça é feito de sisal e representa a juba do leão; o ataque aéreo de suas lanças é representado pelo estilo “Agasiga”, ou águia, no qual o dançarino abre os braços como asas e gira a cabeça majestosamente como uma águia inspecionando o solo. A cena foi filmada em Nyanza, Ruanda, cidade da ex-residência real.

No Youtube há pelo menos 3 vídeos disponíveis desta cena específica do filme e os comentários são reveladores sobre o dançarino principal e sua importância histórica e cultural em Ruanda ainda nos dias de hoje. Além de reconhecerem o impacto do filme e da cena em suas infâncias, alguns comentaristas nestes vídeos identificam o dançarino principal como sendo o grande Butera. Outros comentaristas discutem/disputam o valor cultural e de pertencimento da dança entre as etnias de Ruanda. Um outro ponto de discussão é a atual identidade nacional do Intore.

Por exemplo, em um desses vídeos com o título “Tutsi Dance (King Solomon's Mines 1950)”, um comentário informa, “O dançarino alto principal se chama BUTERA filho do chefe NTURO filho de NYILIMIGABO filho de MARARA”. Isso nos mostra que Butera é conhecido como membro da realeza e, em uma resposta a este comentário, alguém indaga o comentarista perguntando, “Posso lhe perguntar como você sabe que esse é o Butera?”, obtendo a seguinte resposta:
“Pergunte a qualquer ruandês ou um membro do sub-clã Munana... [Butera] é um dos nossos tios-avôs... Muitos ruandeses o conhecem e mantêm um retrato dele em suas casas... ele foi um dos dançarinos do Rei Rudahigwa...”
Um outro comentário expressa esse orgulho cultural estimulado pela cena,
“Meu Deus!! Todo arrepiado... Especialmente após ver nosso histórico dançarino de Intore; #Butera_bwa_Nturo!! Sempre vi seus retratos mas agora o vejo dançando (…). Minha cultura, meu orgulho!!”
E temos o início detambém  um pequeno debate sobre pertencimento étnico, cultural e nacional da dança, afirmando: “Esta não é uma dança tutsi... É uma dança ruandesa”. Outros opinam o contrário, “Quem realmente conhece a dança sabe que os Hutus e os Tutsis são dois povos [e] a dança é Tutsi e não ruandesa”. Já outros indicam haver uma busca de uma certa unificação étnica em torno da dança: “hutu, tutsi and twa...temos uma só dança”; e, “Ruanda é formada de hutus, tutsis e twas. Na verdade, os twas são os melhores de todos na dança”.

O segundo vídeo da mesma cena no Youtube, entitulado “TutsiDance” (Dança Tutsi), também incitou debates sobre o pertencimento nacional da dança. Um comentário diz, “Dança RUANDESA, e não dança Tutsi! Nós ruandeses consideramos esta dança como parte da cultura de Ruanda”.

E o terceiro vídeo contém muitos elogios a cena e agradecimentos a quem o publicou no Youtube. Mas há um comentário interessante que afirma que os dançarinos são descendentes dos “nobres egípcios/kushitas”. Vale a pena destacar que os cushitas, são também conhecidos como a Dinastia Núbia que foi a 25ª dinastia de faraós do Egito oriundos do Reino Cuxe, ao norte do Sudão. Porém, tal curta afirmação levou um comentaris ruandês, que também comenta nos outros dois vídeos, a dizer: “Egípcios não... apenas ruandeses... (…) nós vivemos em Ruanda por mais de 500 anos... não compartilhamos nenhum traço linguístico ou social com o Egipto ou Israel...” E ele é respondido em seguida, “Os antigos Egípicios e Kushitas são relacionados com os povos nilotas de Ruanda. Eu sou Fulani, portanto eu tenho conhecimento sobre a Africa”. O comentarista ruandês, então discursa:
“este argumento já foi usado para dividir os ruandêses e isto terminou nos massacres de 1959, 1962, 1973 e no genocídio dos criadores de gado ruandêses de 1994... por favor, deixe-nos desfrutar da nossa identidade ruandêsa... não estamos interessados em sermos manipulados novamente em nunhuma identidade nilota a qual somente serviu para a destruição da nossa Grande nação hoje reconstruída e deixe-nos buscar o progresso socioeconômico para todos... Unidos nos elevamos... Divididos, cairemos...”

É certo que Butera era membro da nobreza Tutsi, assim como é a origem da arte do Intore. Contudo, vemos nos comentários uma forte tendência em fortacer a dança como parte da identidade nacional de Ruanda. E tudo indica que isso seja uma forma de unificação, fruto do trágico evento de 1994 em Ruanda. Por isso vale a pena tentar entender um pouco da história e sobre a dança Intore, que hoje é um símbolo cultural e nacional.


Os Tutsis e os Hutus da Região dos Grandes Lagos.

Os Tutsis, ou Abatutsis, foram historicamente chamados de Watutsi ou Watusi e são vistos por muitos mais como uma classe social do que como um grupo étnico da região dos Grandes lagos da África. Eles formam a segunda maior população entre os três maiores grupos em Ruanda e Burundi, sendo os Hutus a maioria da população e os Twas a minoria (os Twas são pigmeus que habitam a floresta, considerados descendentes dos primeiros habitantes de Ruanda). Os três grupos formam os povos Banyarwanda e Barundi que residem primariamente em Ruanda (e têm o Kinyarwanda como língua comum em Ruanda) e no Burundi (tendo o Kirundi a língua comum no Burundi), mas que também são uma significante parte da população da República Democrática do Congo, Tanzânia e de Uganda.

Por séculos os Tutsis formaram a dinastia de reis do reino de Ruanda formado entre os séculos 15 e 17. É sugerido que esta dinastia tenha permanecido no poder até a independência de Ruanda no século 20. Ainda, historicamente, os Tutsis mantiveram a liderança militar enquanto os Hutus eram camponeses que possuíam conhecimento de agricultura e do poder de cura, fazendo destes últimos, membros exclusivos do abiiru, o conselho de assessores do rei. Mas é certo que houveram Hutus também na aristocracia. Na metade do século 18, quando os Hutus começaram a ser marginalizados e, durante o período de expansão do reino nos meados do século 19, todos indivíduos dos territórios conquistados pelos Tutsis passavam a ser denominados como Hutus, tendo esses também sido prejudicados na nova forma de redistribuição de terras pelo novo sistema feudal que privilegiou os Tutsis. O título Hutu tornou-se um termo trans-étnico significando subjugação.

A progressiva retirada da representação econômica, social e política dos Hutus pelos Tutsis continuou e foi acentuada durante o período de colonização de Ruanda—pelos alemães (1885–1919) e, posteriormente pelos belgas (1922–1962)—, que unificou Ruanda e Burundi (com população étnica igual a de Ruanda) em um único país. Ainda, sob o domínio colonizador, os Tutsis mantiveram uma certa vantagem, recebendo educação e mantiveram seu status de elite governante e, sob a dominação belga as autoridades emitiram carteiras de identificação que incluía e diferenciava os dois grupos, elevando as tensões entre Tutsis e Hutus.

Tais tensões etno-sociais pioraram após a independência de Ruanda e do Burundi em 1962, culminando em guerras civis em ambos países. Desde então, os Tutsi começam a ser perseguidos e massacrados em várias ocasiões, mais recentemente no infame massacre genocida de 1994

Diferenças sociais solidificaram a atual ideia de historiadores e sociólogos de que os Tutsis e o Hutus são diferentes classes sociais e não diferentes grupos étnicos e, provavelmente, as definições de pessoas como sendo “hutus” e “tutsis” podem ter mudado com o tempo e as suas localizações. É ainda importante notar que mesmo com a forte e hostil divergência que ocorreram no século 20 sobre a repartição do poder político, através dos séculos os Tutsis e os Hutus gradualmente integraram suas culturas e as compartilham até os dias de hoje, como a língua e as crenças religiosas, e hoje, o Intore.


Butera, O Dançarino-guerreiro

Ao mergulharmos na internet em busca do nome Butera, vimos que esse não parece ser um nome raro em Ruanda. Mas nessa trilha encontramos evidências de que o talentoso dançarino da famosa cena do filme foi realmente Butera bwa Nturo. Nossa viagem na Internet não nos forneceu muito detalhes, mas confirmou que ele realmente foi e ainda é uma figura reconhecida e importante na cultura ruandesa.


O incomparável guerreiro-dançario Butera (primo do rei Mutara Rudahigwa) em 1934. Em segundo plano, vemos os músicos de trompetas 'amakondera'. Foto de Attilio Gatti; coleção de Arlette Geerinckx. 


No site de fotografias flickr.com encontramos a foto acima, e ela contia a descrição: “O incomparável guerreiro-dançarino Butera (primo do rei Mutara Rudahigwa)”. Um comentário sobre a foto no site fornece mais informações sobre Butera:

“Ruanda - O famoso e maravilhoso mestre do Intore, Butera. Ele dançou entre outros em homenagem ao rei Baudouin [da Bélgica] durante sua visita a Ruanda em 1955. Ele também foi o mestre de balé no filme 'As minas do rei Salomão'. Ele treinou muitos artistas na arte das danças de guerra e seu neto, Muyango, hoje conhecido pela beleza de suas canções e músicas, também pôde desfrutar de seus ensinamentos”.

Também, no site oficial de Muyango, famoso músico ruandês, lê-se em seu currículo, “oficina de dança tradicional com seu avô, mestre Butera (dançarino mestre no filme 'As Minas do Rei Salomão'). Sharon Kantengwa em seu artigo “Salto em Altura: O esporte esquecido de Ruanda” de 2018 no jornal ruandês New Times, reporta que Butera era primo do penúltimo rei de Ruanda, Mutara III Rudahigwa (1911—1959). Segundo Sharon Kantengwa, Butera foi o principal dançarino do rei durante a década de 1930 e também foi um exímio atleta no salto em altura, atividade esportiva comum em Ruanda desde a época pré-colonial, mas atualmente não muito praticada.


No Intore, os dançarinos também são denominados de Intore, e não eram apenas treinados como militares mas também em salto em altura. Eles eram conhecidos por sua técnica extraordinária que os permitia saltar acima dos 2.4 metros. Os Intores tornaram-se famosos mundialmente enquanto dançarinos em 1958 quando a Exposição Mundial foi realizada em Bruxelas. A dança, altamente coreografada, apresenta três componentes: o balé, realizado por mulheres; a dança dos heróis, realizada por homens; e os tambores. Atualmente, a dança é parte do rico folclore de Ruanda e hoje representada pelo Balé Nacional de Ruanda criado em 1974.

Elizabeth Ofosuah Johnson, em seu artigo “Intore: A dança tradicional ruandesa mais antiga exclusiva para os soldados de elite da realeza”, publicado no site Face2faceafrica, narra a história e detalhes da arte. Ela diz que os dançarinos-guerreiros nem sempre foram conhecidos como dançarinos de Intore, ao contrário eles eram os guerreiros do rei que recebiam tratamento e privilégios de realeza. No Burundi e na Ruanda antiga existiram diferentes tipos de exércitos para diferentes propósitos, uns protegiam as fronteiras e outros eram treinados para proteger a família real durantes visitas no reino ou visitas a outros reinos.

A autora ainda escreve que os dançarinos de Intore formavam um exército treinado para a guerra e para a defender o rei contra ataques internos. Esses guerreiros eram selecionados quando crianças e levados para a corte real para serem treinados. Famílias frequentemente torciam para que seus meninos fossem escolhidos para serem guerreiros do rei, já que os selecionados traziam prestígio e honra para suas famílias. Após a iniciação, os guerreiros recebiam educação especial na corte real, incluindo aulas especiais do próprio rei. A educação dos guerreiros era parte importante do treinamento, e por isso eram descritos como a elite da sociedade com a sabedoria do passado e do presente. Eles aprendiam a história do reino como estímulo de orgulho e de gana em proteger a identidade e território de seu povo, e também aprendiam a calcular, e a ler e escrever os sinais e símbolos de comunicação.

Ainda segundo Elizabeth Ofosuah Johnson, a dança era sempre realizada como um símbolo de vitória quando os guerreiros retornavam do campo de batalha e era mandatório que a realização da dança fosse feita em seus trajes militares em frente ao rei diretamente após a batalha. Essa cerimônia era sempre acompanhada ao som de tambores e toques de trombetas.

A incrível e emocionante dança tornou-se famosa entre os civis e, por estes, foi adaptada, mas sua estrutura continua a mesma. Hoje a dança é realizada em cerimônias de casamento e nas cerimônias nas quais as crianças recebem seus nomes. Elizabeth sugere que hoje em dia, uma visita a Burundi ou a Ruanda não estaria completa sem presenciar um espetáculo da “dança do guerreiro”, o Intore.

A cena de Intore comandada por Butera bwa Nturo no clássico filme ainda inspira, como no caso da coreografia futurística de “Planet Higali” (vídeo abaixo), uma produção de Yolanda Gutiérrez (coreógrafa), Jens Dietrich (dramaturgo), Dorcy Rugamba (direção) que se inspiraram nas tradições ruandesas, em conjunto com Rwandan Arts Initiative e Kampnagel.


 
“Planet Higali”


No programa do espetáculo Planet Higali, é feita referência a cena de Intore no filme “As Minas do Rei Salomão”: “O dançarino principal é Butera bwa Nturo, que foi o astro de seu tempo em Ruanda”. Também no programa, o diretor Dorcy Rugamba explica, que “a filosofia da dança ruandesa (…) não é sobre o paralelismo de movimentos idênticos, mas sobre a ênfase das características especiais e pontos fortes de cada dançarino individual”.


Concluindo nossa busca, vemos que a cena da dança de Intore em “As Minas do Rei Salomão” de 1950 ainda encanta quem a assiste, e que, mesmo com bem poucas informações, é inteiramente correto afirmar que Butera bwa Nturo além de ser o dançarino principal da cena, ele é um ícone da arte, cultura e da história de Ruanda. Através de uma cena de um antigo e clássico filme, vemos que o talento, o sorriso e os majestosos, graciosos e envolventes movimentos do grande dançarino de Intore continuam encantando e estimulando a curiosidade sobre a arte e história do seu povo.

c&p


Referências:

African Museum, “Amakondera”.

Tutsi, Wikipedia.

Reino de Ruanda, Wikipedia.

Cultura de Ruanda, Wikipedia.

“Entenda o genocídio de Ruanda de 1994: 800 mil mortes em cem dias”, BBC

Tutsi, Britannica.

Immigration and Refugee Board of Canada, “Rwanda: Clan of the dynasty Abanyiginya (clan of the king), including its origin in the country, whether its members are identifiable by language, name or physiognomy and the treatment of its members by the government authorities” (October 2002).

Yolanda Gutiérrez, Jens Dietrich, Dorcy Rugamba. Planet Higali, Brochura/Programa do espetáculo de dança.

Crosby Day, “A Realistic African Adventure”. Orlando Sentinel.

Elizabeth Ofosuah Johnson, “Intore: The longest-living traditional Rwandan dance reserved for elite royal soldiers”, Face2Face Africa”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

('Trollagens' e comentários desrespeitosos e ofensivos não serão publicados):