Em seu livro Ángel Gitano, “Anjo Cigano”, o celebrado fotógrafo Colombiano Ruven Afanador nos mostra que o papel do homem na tradicional dança andaluza não é nem um pouco secundário, e nem menos dramático.
O livro
Ángel Gitano, que será lançado em novembro deste ano e que tem o prefácio escrito pela atriz
Diane Keaton, é o outro lado de
Mil Besos, livro de Ruven Afanador que registrou, em seu estilo dramático, as mulheres do Flamenco de forma sensual, forte, e perturbadora—no muito bom sentido. O site da
editora e livraria Rizzioli New York, diz sobre
Ángel Gitano:
“[O livro é] uma celebração evocativa dos homens da cultura cigana do flamenco, feita por um dos artistas mais talentosos da fotografia contemporânea. Conhecido por suas fotografias ousadas, Ruven Afanador surpreende novamente com outra coleção de imagens que irão seduzir e encantar. Dando seguimento a Mil Besos—que focou nas mulheres do flamenco—, Afanador dirige sua poderosa visão para os homens do flamenco, com resultados surpreendentes. Fotografadas em Andaluzia, Espanha, estas imagens originais apresentam um universo habitado por ciganos, músicos, e acima de tudo, por dançarinos de flamenco, cheio de beleza e bravata. Capturados em poses ou durante movimentos de dança, os bailarinos encarnam a paixão jovem e selvagem inerente ao mundo musical do flamenco. Estando tanto em trajes deslumbrantes quanto desnudos, estes homens exalam um glamour corajoso, o classicismo inato, e um erotismo único. Combinando o encanto surreal da moda com a fotografia documental, estas imagens em preto-e-branco irão agradar a multidão da moda bem como o público mais sério da fotografia artística”.
Katherine Brooks, em seu artigo para o Huffington Post sobre o novo livro de Ruven, descreve o Flamenco:
“O flamenco surgiu originalmente no coração de Andaluzia, no sul da Espanha, e combina música, dança e canções em um estilo fortemente influenciado pela cultura
romani (“cigana”) e pela cultura árabe. Há mais de 50
palos diferentes (ou estilos de flamenco) em existência, embora hoje somente cerca de uma dúzia permanecem como os mais populares. Às vezes, os
palos envolvem letras, outras vezes envolvem o acompanhamento de guitarra ou palmas, enquanto as práticas que incorporam a
microtonalidade, irregularidades rítmicas e o
portamento se aplicam a todos. Historicamente, o gênero de apresentação era dividido por sexo—com danças como a Farucca destinada apenas para os homens. Mas com o tempo os dançarinos de flamenco estremeceram as linhas que separavam os artistas masculinos e femininos”.
As fotografias de Ruven Afanador parecem tentar diminuir ainda mais a linha que separa os artistas do flamenco por gênero, onde nas quais, ele estica e transforma os limites de representação do masculino e feminino sem interferir na masculinidade dos dançarinos. De certo modo, ele reforça esta masculinidade dramatizada dos dançarinos mais jovens quando as coloca lado a lado às imagens de um machismo excêntrico e, por vezes caricato, presente nos artistas mais velhos.
Com isso, Ruven consegue acentuar ainda mais o drama já presente no Flamenco.
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