Muitos aspectos, experiências e hábitos comuns de nossas vidas foram drasticamente alterados nestes tempos de quarentena, de isolamento e de distanciamento social. O Covid-19 nos força a repensar e a reavaliar como nos relacionamos com com o mundo ao nosso redor.
A pandemia, as máscara, as luvas, nos obrigam a resignificar nossos sentidos, incluindo o do “toque”, este sentido que que hoje é visto, por um lado, como um potencial perigo e uma violação sanitária, e por outro, como um objeto de anseio e do sentimento de falta.“Feeling” (Sentido). Mezzo-tinto (técnica de gravura em que a chapa é preparada de modo a oferecer um fundo negro) do artista Alexander van Haecken (1701-1757) feita a partir do desenho do artista Jacopo Amiconi (1682-1752). Na gravura, uma mulher sente a ponta de uma flecha com seu dedo, representando o sentido do “toque”. (Imagem: Welcome Collection) |
Jacopo Amiconi criou uma série de 5 desenhos nos quais retratou os sentidos. “Feeling” (Sentido), que representa o “toque”, é uma composição vista como a deusa Vênus testando o fio da flecha do Cupido.
Com as nossas sensibilidades afetadas pela atual pandemia, a imagem de Jacopo Amiconi, poderia também ser lida hoje como o perigo e o risco do “toque”—representado pela flecha do Cupido, deus do amor—e, sob este risco, há a tentação de sucumbir ao “toque” pela necessidade humana de prazer e alegria, como um simples carinho, um afago, um cafuné—representado pelo sorriso de Vênus, deusa da beleza, do amor, do erotismo.
Jacopo Amiconi, também conhecido como Giacomo Amiconi, foi um pintor italiano do último período do estilo barroco rococó. Em Veneza, o artista iniciou sua arte representando cenas mitológicas e religiosas, mais tarde passando a fazer retratos da realeza e de personalidades europeias, tornando-se um prolífico artista com uma grande demanda de trabalho.
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