“Pare de Destruir a Banda Que Você Gosta: Diga Não a Pirataria Musical”. Imagen: Universal Music (Reprodução/internet). |
A campanha da Universal Music contra a pirataria musical de 2007, pode ser classificada de várias maneiras. “Grotesca” e “ridícula” são apenas duas delas.
Cada versão da campanha, concebida pela agência Saatchi & Saatchi-São Paulo apresenta partes do corpo de um artista que tem sua música “roubada”. Ainda que a primeira impressão das imagens seja a de uma forte ameaça a quem pirateia.
É óbvio que pirataria é uma coisa feia. Mas por que a necessidade de uma mensagem tão violenta que parece mais com uma campanha publicitária para uma nova temporada de American Horror Story?
Bem, na verdade a mensagem básica que a campanha da Universal Music tenta passar é, ou tenta ser: quando você pirateia músicas de bandas de rock, você está mutilando os corpos dos roqueiros daquelas bandas. As imagens são acompanhadas da frase: “Pare de Destruir a Banda Que Você Gosta: Diga Não a Pirataria Musical”.
“Pare de Destruir a Banda Que Você Gosta: Diga Não a Pirataria Musical”. Imagen: Universal Music (Reprodução/internet). |
É claro que as imagens de filme de horror foram um exagero enorme e um exemplo da ineficácia deste tipo de abordagem para lidar com o fenômeno da pirataria.
Na época a questão era sobre a cópia de CDs. Aquele ainda foi o momento de início da era digital da pirataria onde a indústria musical sentiu um impacto negativo nas vendas com a Internet e com o surgimento e crescimento do Napster.
Mas quais seriam os limites morais e de respeito aos músicos traçados pelas próprias empresas que demonstram tamanha preocupação com a grana e com o corpo dos roqueiros? Cory Doctorow, examinando esta campanha da Saatchi & Saatchi-São Paulo para a Universal Music no site Boing Boing, faz uma bem interessante colocação:
“Isto vem de uma gravadora que deduz as ‘quebras’ (a percentagem de LPs de vinil quebrados entre a fábrica até a loja de discos) dos ‘royalties’ de música digital dos músicos; que rotineiramente gere contabilidade clandestina de terceiros turnos de produção de CDs que foram vendidos fraudulentamente sem nenhum ‘royalties’ sendo pago às bandas; e que embolsa a vasta maioria dos ‘royalties’ das transmissões digitais de música pela Internet”.
Bem recentemente Taylor Swift rodou a baiana com a Spootify e com a Apple Music exatamente pelo baixo rendimento nos serviços de transmissão digital em suas plataformas na Internet. O fato rendeu bem mais notoriedade e simpatia do que as campanhas da indústria musical contra a pirataria.
“Pare de Destruir a Banda Que Você Gosta: Diga Não a Pirataria Musical”. Imagen: Universal Music (Reprodução/internet). |
É também bastante interessante o fato da campanha ter sido concebida pela filial da Saatchi & Saatchi em São Paulo, pois nos leva a perguntar se as mentes criativas por trás dela são fãs do programa do Datena. Há quem diga que o brasileiro está meio que anestesiado à violência. Nos Estados Unidos a campanha foi vista simplesmente como louca e grotesca.
O quê você acha das campanhas “educacionais” contra a pirataria?
c&p
Fonte: Boing Boing; Canal Tech; Mac World; Complex.
Campanha tão ineficiente quanto ruim. Ótimo post.
ResponderExcluirAh, e será que você poderia atualizar a terminação do domínio para .com para continuarmos nossa parceria?
Obrigado.