O Brasil foi o último país a abolir a escravidão nas Américas. Isso aconteceu em 1888, época em que a arte da fotografia no Brasil já estava em pleno vapor. Dom Pedro II, amante da arte e considerado um dos primeiros fotógrafos brasileiros, incentivou a arte no país dando guarida aos fotógrafos brasileiros e estrangeiros, que produziram muito. Também graças ao governo imperial, a escravidão continuava e isso pode ter tornado o Brasil no país com o maior acervo fotográfico sobre a escravidão africana nas Américas.
Uma dama e dois escravos na Bahia, 1860. |
A exibição “Emancipação, Inclusão e Exclusão”, que rolou no final do ano passado na Universidade de São Paulo, reuniu fotografias do acervo do Instituto Moreira Salles que registraram os últimos anos da escravidão no país. A maioria delas tiradas entre 1860 a 1885, assim como a maioria foi comissionada pelo Estado, fazendo com que elas registrem uma visão romantizada da escravidão.
Escrava negra com bebê branco nas costas. Bahia, 1860. |
No entanto quando uma das fotos foi ampliada, foi possível ver as verdadeiras condições de trabalho em uma fazenda de café. A fotografia de Marc Ferrez, grande expoente da fotografia brasileira e apaixonado por paisagens, mostra escravos secando os grãos. Com a foto ampliada vê-se uma escrava amamentando seu bebê, bem como o estado ruin das suas roupas.
Escravos secando café. Vale do Paraíba, São Paulo, 1882. |
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